Os sensíveis sofrem mais, mas amam mais e sonham mais.



sábado, 26 de novembro de 2016



Anos 50

Hard bop? Jazz latino?
Um copo meio cheio?
Meio vazio?

Passou! Só sei que passou.
Não sei ao certo como.

Foram-se brincadeiras e descobertas,
Paixões e valentias...
Só sei que passou... e como!

Acumulei alguns amigos
e muitos não-amigos.
Já os inimigos... bem, estes são mais que amigos, querem ser eu.
Passou, enfim, como?!

Meio século, meia vida, ou quase toda,
A magia dela, é a morte,
E a morte é a continuação...

Não cumpri Gênesis 9 nem mudei ou dominei o mundo.

Aqui estou, isso eu sei,
Com um copo meio cheio ou meio vazio,
Mas desta vez com um bom vinho.


Certa vez, um escritor, Luiz Fernando Veríssimo escreveu algo que aprendeu na vida: (adaptado)

“Uma pessoa que é boa com você, mas grosseira com o garçom, não pode ser uma boa pessoa.

As pessoas que querem compartilhar as visões religiosas delas com você, quase nunca querem que você compartilhe as suas com elas.

Ninguém liga se você não sabe dançar. Levante e dance.

Não confunda sua carreira com sua vida.

A razão pela qual a raça humana ainda não atingiu todo o seu potencial, chama-se “reuniões”.

Lembre-se de que um amador solitário construiu a Arca. Um grande grupo de profissionais, construiu o Titanic.”

Kim e Alison McMillen escreveram um livro que só foi publicado depois pela filha:

“Quando me amei de verdade, deixei de temer meu tempo livre, desisti de fazer grandes planos, e abandonei os projetos megalômanos de futuro. Hoje faço o que acho certo, o que gosto, quando quero e no meu próprio ritmo. Hoje sei que isso é saber viver a vida...
Quando me amei de verdade, desisti de querer ter sempre razão e, com isso, errei muito menos vezes. Hoje descobri a humildade.

Quando me amei de verdade, desisti de ficar revivendo o passado e de me preocupar com o futuro. Agora, me mantenho no presente, que é onde a vida acontece. Hoje vivo um dia de cada vez, plenamente.”

domingo, 6 de novembro de 2016

O flanelinha

Andando por uma rua a noite, com carros enfileirados nos dois lados,
procurando em vão um lugar para estacionar o meu
vi alguns flanelinhas gesticulando freneticamente querendo indicar algo... uma vaga.

Mas um me chamou a atenção, pela sua tranqulidade
usava um chapéu estiloso,
terno e gravata ainda que desgastados
o sapato brilhava na luz laranja do poste
e um cachecol xadrez e azul escorria pelo peito
em cima de uma camisa social preta.

É, cada um fazendo o seu melhor...

Minha mulher grudada ao espelho do quebra-sol
ajustando a maquiagem,
como se toda sua beleza não fosse suficiente,
olhei para minha roupa e cheguei à conclusão
que eu não estava à altura de mim mesmo...

Uma buzina veio de trás,
quando me dei conta aquele flanelinha de chapéu
bateu na minha janela,
baixando-a, a pergunta veio direta:

-Vai estacionar ou não, chefia?


wk