Os sensíveis sofrem mais, mas amam mais e sonham mais.



quinta-feira, 8 de dezembro de 2016

cor

Vida és tão bela
Me faz sentir
Em uma aquarela
Cores sem fim
Tons de gratidão
Por nítido amor
Brilho que realça
A obra do Criador

sábado, 26 de novembro de 2016



Anos 50

Hard bop? Jazz latino?
Um copo meio cheio?
Meio vazio?

Passou! Só sei que passou.
Não sei ao certo como.

Foram-se brincadeiras e descobertas,
Paixões e valentias...
Só sei que passou... e como!

Acumulei alguns amigos
e muitos não-amigos.
Já os inimigos... bem, estes são mais que amigos, querem ser eu.
Passou, enfim, como?!

Meio século, meia vida, ou quase toda,
A magia dela, é a morte,
E a morte é a continuação...

Não cumpri Gênesis 9 nem mudei ou dominei o mundo.

Aqui estou, isso eu sei,
Com um copo meio cheio ou meio vazio,
Mas desta vez com um bom vinho.


Certa vez, um escritor, Luiz Fernando Veríssimo escreveu algo que aprendeu na vida: (adaptado)

“Uma pessoa que é boa com você, mas grosseira com o garçom, não pode ser uma boa pessoa.

As pessoas que querem compartilhar as visões religiosas delas com você, quase nunca querem que você compartilhe as suas com elas.

Ninguém liga se você não sabe dançar. Levante e dance.

Não confunda sua carreira com sua vida.

A razão pela qual a raça humana ainda não atingiu todo o seu potencial, chama-se “reuniões”.

Lembre-se de que um amador solitário construiu a Arca. Um grande grupo de profissionais, construiu o Titanic.”

Kim e Alison McMillen escreveram um livro que só foi publicado depois pela filha:

“Quando me amei de verdade, deixei de temer meu tempo livre, desisti de fazer grandes planos, e abandonei os projetos megalômanos de futuro. Hoje faço o que acho certo, o que gosto, quando quero e no meu próprio ritmo. Hoje sei que isso é saber viver a vida...
Quando me amei de verdade, desisti de querer ter sempre razão e, com isso, errei muito menos vezes. Hoje descobri a humildade.

Quando me amei de verdade, desisti de ficar revivendo o passado e de me preocupar com o futuro. Agora, me mantenho no presente, que é onde a vida acontece. Hoje vivo um dia de cada vez, plenamente.”

domingo, 6 de novembro de 2016

O flanelinha

Andando por uma rua a noite, com carros enfileirados nos dois lados,
procurando em vão um lugar para estacionar o meu
vi alguns flanelinhas gesticulando freneticamente querendo indicar algo... uma vaga.

Mas um me chamou a atenção, pela sua tranqulidade
usava um chapéu estiloso,
terno e gravata ainda que desgastados
o sapato brilhava na luz laranja do poste
e um cachecol xadrez e azul escorria pelo peito
em cima de uma camisa social preta.

É, cada um fazendo o seu melhor...

Minha mulher grudada ao espelho do quebra-sol
ajustando a maquiagem,
como se toda sua beleza não fosse suficiente,
olhei para minha roupa e cheguei à conclusão
que eu não estava à altura de mim mesmo...

Uma buzina veio de trás,
quando me dei conta aquele flanelinha de chapéu
bateu na minha janela,
baixando-a, a pergunta veio direta:

-Vai estacionar ou não, chefia?


wk

sexta-feira, 29 de julho de 2016

olimpíadas de 2016, velhos desafios... no texto.

Talvez eu esteja um pouco mais ácido que o normal esta manhã mas, vá lá:
Estava dando uma passada nas manchetes de alguns jornais,
e me deparei com uma na folha de s. paulo:
"conheça quem são os estrangeiros que podem "roubar" as medalhas dos brasileiros".
Bem, seguindo,
"roubar" não é uma expressão exata e adequada.
Neste país, onde agências de correios estão sendo fechadas
devido a assaltos constantes,
o termo "roubar" pode até ser comum, quase normal,
(mas não é),
muito mais estranho e inadequado o será, quando aplicado a atletas estrangeiros.
Aliás, a maioria das medalhas caberão aos estrangeiros mesmo.
Salvo algumas exceções, que nos dão alegria,
o normal mesmo, será identificar quem são os brasileiros que podem "roubar" as medalhas dos estrangeiros.

domingo, 28 de fevereiro de 2016

quantos disjuntores voce tem no seu quadro?

Quantos disjuntores voce tem no seu quadro elétrico?
Andando pela cidade de Santo André,
parei na praça do carmo
e entrei em uma igreja no meio da praça
e fui orar a Deus.
Pensei em como começar
e vi que precisava desligar algumas coisas,
como disjuntores precisam ser desligados de um circuito...
comecei a desativar um por um...
Desliguei o celular,
não apenas o aparelho
mas o que está na minha cabeça:
O whatsapp, o facebook, o twitter, o sms, os jogos,
a câmera fotográfica embutida nele...
um a um, foram ficando para trás
enquanto me dirigia igreja adentro...
Sentei-me.
Desliguei o sistema elétrico chamado "trabalho"
que vive dando curto-circuito e choques...
Desliguei então a chave das contas que vira-e-mexe estoura...
Desativei também a chave dos bens materiais,
dos que tenho e dos que gostaria de ter...
Depois desliguei o disjuntor da visão,
porque aquelas imagens nas paredes
e tetos da igreja me levavam a lugares
muito distantes no tempo e no espaço...
Desliguei o disjuntor da família
naquele momento ninguém poderia me preocupar,
além de mim, além de Deus.
Desliguei o disjuntor sonoro
e meu ouvido deixava de ser radar,
e quem passava por mim já não importava...
o ruido da cidade do lado de fora
insistia em incomodar
mas ia se descarregando
como um capacitor desenergizado,
e os sons dos carros, dos ambulantes,
das lojas, da polícia, das pessoas,
das máquinas iam sumindo...
Tirei o relógio do pulso, desligando assim
o disjuntor do tempo...
por fim, já de olhos fechados,
lembrei de respirar...
e então, pude enxergar Deus, que me aguardava
pronto para me ouvir ansiosamente...


quinta-feira, 14 de janeiro de 2016

a folha

Vinha andando pela calçada,
inda agora,
depois da chuva, 
tarde afora,
catei uma folha,

me chamava a atenção
não tive escolha 
sozinha, caída no chão, 
seu corpo oxidava,
vermelho sobre o verde,
era assim..
houve quem me olhasse e estranhasse
Isso eu percebi,
pobre de mim
pobre dela
pobre deles
que não entendem
é só uma folha, é só mais um fim.
wk

Boa tarde.