Ele tinha apenas 4 anos e seguia com seus pais de mãos dadas até a padaria.
Tinha chovido e o melhor era usar aquelas galochinhas,
à prova de qualquer destruição pelas crianças.
Felizmente ele tinha herdado o bom humor do pai
E aquela carinha sorridente mesmo quando estava sério
parecia incomodar a mãe que entrou na padaria
murmurando e com cara de poucos amigos.
"Senta aqui e não reclama, o que você fez foi muito feio",
ela falava rispidamente com o garoto
puxando-o pelo braço e ajeitando-o no banco, para adultos,
com a delicadeza de um hipopótamo.
O pai se dirigiu ao balcão para pedir os lanches
e apenas observava silenciosamente,
enquanto a mãe espumava brabeza
mirando o garotinho que não escondia o sorriso...
"Tá rindo é? vamos ver em casa depois"
-Mãe, eu quero...
-Vai comer o que a gente quiser... não tá merecendo, interrompeu.
Sem contestar, o garoto pegou seu joguinho no bolso
e pôs sobre a mesa.
A mãe olhava soltando raios pelos olhos:
"Eu devia pegar esse joguinho de você."
Enquanto o garoto apoiava o queixo sobre a mão na mesa
alinhando com os dois braços à frente do joguinho,
a mãe começava a enxugar a barra de sua saia
completamente molhada e resmungou:
"Eu devia fazer ele sentar na poça d'água
quando pulou com essas botas me molhando toda!"
Podia-se ler na testa do pai, de pé, apoiado no balcão
vendo e ouvindo tudo em silencio com leve sorriso:
"Esse é meu garoto..."
PASSO A PASSO, DE SOL A SOL Segue teu caminho, confie em Deus e não julgue os outros, pois pode ser que, mesmo estando errados, Deus lhes dê nova oportunidade de se arrependerem e voltarem do mau caminho. E você deverá se alegrar com isso!
Os sensíveis sofrem mais, mas amam mais e sonham mais.
terça-feira, 29 de dezembro de 2015
segunda-feira, 28 de dezembro de 2015
prospectivas
A mídia é especialista em retrospectivas dos anos que se vão.
Mas, e as "prospectivas"?
Eram 5h da manhã, com algumas manchas de azul claro surgindo ao leste no céu escuro ainda.
Estacionei meu carro em frente a um bar, do outro lado da rua,
em um recuo de uma farmácia fechada ainda,
com seu portão de aço de enrolar,
e nele o farol do carro iluminava "proibido estacionar"...
Bem abaixo dos dizeres, um amontoado de papelões
ficou bem próximo ao para-choque do meu veículo.
Desliguei o carro mas com os faróis ainda acesos
pude ver um braço emergindo no meio daqueles papelões
sujo, com a manga rasgada, punho cerrado,
gesticulando para o alto.
Assustei e me dei conta de que havia uma pessoa
por baixo daquele "cobertor feito de celulose"...
Ele estava incomodado com a brutalidade minha
ao estacionar o carro e com a luz dos faróis diretamente
em seu leito, seu pequeno canto onde esperava
ter um pouco de paz para dormir.
Paz esta que interrompi bruscamente...
Apaguei os farois desci do carro, e me dirigi ao bar
atravessando a rua deserta ainda, com algumas pessoas noctívagas,
e outras madrugadoras, como eu, andando depressa...
Alguns cambaleavam e se abraçavam.
Pude ouvir ainda aquele importunado dos papelões resmungando alguma coisa
mas não dava pra entender.
Chegando no bar, no balcão já estava o de sempre:
Café com leite e um pão com manteiga.
Canoa francesa na chapa, como costumavam dizer por lá.
Duas mulheres conversando com forte sotaque nordestino,
me chamaram a atenção atras de mim,
Sentadas a uma mesa de fórmica amarela:
"não vou nunca mais a essa 25 de março."
Até o próximo ano, pensei comigo.
Paguei a conta e voltei ao carro.
Os papelões haviam sumido!
Olhei para os lados mas não vi nada.
E eu nem o convidei para um café!
Mas, e as "prospectivas"?
Eram 5h da manhã, com algumas manchas de azul claro surgindo ao leste no céu escuro ainda.
Estacionei meu carro em frente a um bar, do outro lado da rua,
em um recuo de uma farmácia fechada ainda,
com seu portão de aço de enrolar,
e nele o farol do carro iluminava "proibido estacionar"...
Bem abaixo dos dizeres, um amontoado de papelões
ficou bem próximo ao para-choque do meu veículo.
Desliguei o carro mas com os faróis ainda acesos
pude ver um braço emergindo no meio daqueles papelões
sujo, com a manga rasgada, punho cerrado,
gesticulando para o alto.
Assustei e me dei conta de que havia uma pessoa
por baixo daquele "cobertor feito de celulose"...
Ele estava incomodado com a brutalidade minha
ao estacionar o carro e com a luz dos faróis diretamente
em seu leito, seu pequeno canto onde esperava
ter um pouco de paz para dormir.
Paz esta que interrompi bruscamente...
Apaguei os farois desci do carro, e me dirigi ao bar
atravessando a rua deserta ainda, com algumas pessoas noctívagas,
e outras madrugadoras, como eu, andando depressa...
Alguns cambaleavam e se abraçavam.
Pude ouvir ainda aquele importunado dos papelões resmungando alguma coisa
mas não dava pra entender.
Chegando no bar, no balcão já estava o de sempre:
Café com leite e um pão com manteiga.
Canoa francesa na chapa, como costumavam dizer por lá.
Duas mulheres conversando com forte sotaque nordestino,
me chamaram a atenção atras de mim,
Sentadas a uma mesa de fórmica amarela:
"não vou nunca mais a essa 25 de março."
Até o próximo ano, pensei comigo.
Paguei a conta e voltei ao carro.
Os papelões haviam sumido!
Olhei para os lados mas não vi nada.
E eu nem o convidei para um café!
segunda-feira, 21 de dezembro de 2015
hoje é natal
É noite em Belém
e em certo lugar nasce Alguém.
O mundo não sabe,
ou, mesmo que saiba, esquece
dAquele que foi prometido, que foi prometido.
Pessoas o visitam,
trazendo-lhe presentes: elas sabem
onde está, onde está o menino.
O Menino nasceu: nasceu Jesus!
Hoje é natal, hoje é Natal!
Mas, onde está o menino?
No sorriso dos lares,
na terra, nos mares ou no céu.
É noite de Natal,
Natal não em Belém, mas onde estou.
O mundo festeja, mas, onde está o menino?
No berço deitado,
no trono ou na cruz... onde está Jesus?
Hoje é dia de Natal!
Sem berço e sem presentes,
sem magos e sem menino.
Hoje é Natal. Natal no coração
de quem conheceu, de quem conheceu,
não o menino, mas, o Salvador .
Hoje é Natal, hoje é Natal, hoje é Natal!
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