Quantos disjuntores voce tem no seu quadro elétrico?
Andando pela cidade de Santo André,
parei na praça do carmo
e entrei em uma igreja no meio da praça
e fui orar a Deus.
Andando pela cidade de Santo André,
parei na praça do carmo
e entrei em uma igreja no meio da praça
e fui orar a Deus.
Pensei em como começar
e vi que precisava desligar algumas coisas,
como disjuntores precisam ser desligados de um circuito...
e vi que precisava desligar algumas coisas,
como disjuntores precisam ser desligados de um circuito...
comecei a desativar um por um...
Desliguei o celular,
não apenas o aparelho
mas o que está na minha cabeça:
O whatsapp, o facebook, o twitter, o sms, os jogos,
a câmera fotográfica embutida nele...
um a um, foram ficando para trás
enquanto me dirigia igreja adentro...
não apenas o aparelho
mas o que está na minha cabeça:
O whatsapp, o facebook, o twitter, o sms, os jogos,
a câmera fotográfica embutida nele...
um a um, foram ficando para trás
enquanto me dirigia igreja adentro...
Sentei-me.
Desliguei o sistema elétrico chamado "trabalho"
que vive dando curto-circuito e choques...
que vive dando curto-circuito e choques...
Desliguei então a chave das contas que vira-e-mexe estoura...
Desativei também a chave dos bens materiais,
dos que tenho e dos que gostaria de ter...
dos que tenho e dos que gostaria de ter...
Depois desliguei o disjuntor da visão,
porque aquelas imagens nas paredes
e tetos da igreja me levavam a lugares
muito distantes no tempo e no espaço...
porque aquelas imagens nas paredes
e tetos da igreja me levavam a lugares
muito distantes no tempo e no espaço...
Desliguei o disjuntor da família
naquele momento ninguém poderia me preocupar,
além de mim, além de Deus.
naquele momento ninguém poderia me preocupar,
além de mim, além de Deus.
Desliguei o disjuntor sonoro
e meu ouvido deixava de ser radar,
e quem passava por mim já não importava...
o ruido da cidade do lado de fora
insistia em incomodar
mas ia se descarregando
como um capacitor desenergizado,
e os sons dos carros, dos ambulantes,
das lojas, da polícia, das pessoas,
das máquinas iam sumindo...
e meu ouvido deixava de ser radar,
e quem passava por mim já não importava...
o ruido da cidade do lado de fora
insistia em incomodar
mas ia se descarregando
como um capacitor desenergizado,
e os sons dos carros, dos ambulantes,
das lojas, da polícia, das pessoas,
das máquinas iam sumindo...
Tirei o relógio do pulso, desligando assim
o disjuntor do tempo...
o disjuntor do tempo...
por fim, já de olhos fechados,
lembrei de respirar...
lembrei de respirar...
e então, pude enxergar Deus, que me aguardava
pronto para me ouvir ansiosamente...
pronto para me ouvir ansiosamente...