Os sensíveis sofrem mais, mas amam mais e sonham mais.



quarta-feira, 31 de outubro de 2012

uma cerveja e uma história


Uma cerveja!! Era tudo o que eu queria pedir e tomar.
Então, depois de um dia com temperatura batendo na casa dos 41 graus, no início da noite resolvi atender meu pedido e saí em busca de uma breja, uma gelada, uma loira de colarinho baixo, e de tantos outros apelidos, para matar a minha sede.
Saí a pé em busca de um local simples, sem luxo, que cobrasse apenas o líquido sagrado na estação de calor.
Logo na primeira esquina me deparei com uma lanchonete, que ostentava modernidade, simbolizava o status da nova classe média. Mas uma placa na entrada logo informava: 15 reais para deixar a chave do carro com o manobrista, que com certeza iria parar o carro na rua mesmo, logo ali.. Resolvi continuar minha busca e segui a pé. Logo adiante, na próxima esquina, me deparei com um bar com uma verdadeira equipe de recepção formada por manobristas, uma bela recepcionista e um segurança.. Melhor caminhar mais um pouco... E logo encontrei uma pizzaria, numa esquina, em que havia um movimento frenético por parte de seus funcionários... Pude escutar um atendente ao telefone, aos berros, informando que o pedido levaria cerca de 1 hora ou até 1h20.. É, o calor dá uma fome...
Finalmente, cheguei a um bar, à moda antiga, com paredes de azulejos brancos, com algum ladrilho, não havia aquelas máquinas de fazer café modernas, na parede, aquelas bebidas destiladas de marcas estranhas e ao fundo um banheiro único... Não pude deixar de observar o baleiro secular que estava no final do balcão e atrás deste balcão, um senhor de idade mediana, com um pano de prato branco no ombro esquerdo que, de pronto, enquanto eu colocava o primeiro pé no bar, ele já foi logo me recebendo: "pois não patrão?"
"Uma cerveja... e alguma história pra contar..."

quarta-feira, 24 de outubro de 2012

Ano bom




Foi um ano bom... ou não?!
Me surpreendi, me decepcionei,
Sorri pouco e até chorei,
De dor ou de emoção.
Saí, voltei, saí de novo,
Segui meu coração,
Deixei-o falando sozinho.
Me afastei de alguuns
Mas terá sido para o bem de todos
Me isolei de muitos,
Abri mão de muita coisa.

Este ano trabalhei como nunca,
fiz hora extra, virei turno e até greve fiz,
Me revoltei, me inconformei
disse o que pensei.
Viciei na internet
Vi, ouvi, fotografei.
Este ano a música pulsou em mim a todo o momento
Cantou alto no meu ouvido sempre uma canção nova.

Muitas marcas fizeram em mim
Tantas outras eu me permiti.
Disse não querendo dizer sim.
Fiz terapia, fui ao dentista, um check-up geral
Meio contrariado mas era o certo.
Ganhei, gastei, deixei as contas em dia
Troquei de dívidas
Aumentei minhas dúvidas.

Cuidei um pouco de quem tanto cuidou de mim
Desde pequeno.
Lembrei do menino que fui
E do infantil que fui este ano.

Deste adulto que sou no entanto, 
deveria ter cuidado mais,
Faltou tempo, sobraram desculpas
faltaram planos
transbordou medo
contaminou a coragem
De tudo resta meu pulso, meus olhos
Minha alma...
E o que vem por aí
só pode somar.
(wk)



terça-feira, 23 de outubro de 2012


Sou analítico, vivo analisando o que vejo, ouço e leio... tento formar a todo instante um padrão que muda a cada segundo e, como louco, meu cérebro tenta reorganizar os pensamentos, os perfis polarizar as ideias e, quando me dou conta, angustiado diante da pluralidade, da diversidade e da dinâmica da vida... E ela então me diz: bem-vindo!

segunda-feira, 22 de outubro de 2012

Foto Arte

Pra mim fotografia é uma tela só que sem tinta e pincel para trabalhar, por isso considero o pintor superior ao fotógrafo. Nela capta-se e transmite-se o sentimento. Mas quando se trata de capturar o momento único e decisivo, o flagrante, o inesperado, o tempo para apresentar o resultado, a fotografia é a melhor ferramenta da Arte.

















segunda-feira, 15 de outubro de 2012








É mania minha, eu sei, mas eu sou assim...
Mesmo tendo que ir a um lugar todo o dia
Prefiro não repetir o caminho
Ainda que seja pela mesma rua
Vou por um lado, volto pelo outro,
Vejo diferente, ouço diferente,
Não importa o tempo que levo para chegar
Importa o que carrego na memória
Não importa o que vejo, mas o ângulo com que vejo
Não importa chegar rápido, mas sim seguro
Cheio de coisas para lembrar
Depois que cheguei.
Passar o dia
Ansioso por voltar
E descobrir o que há para sentir
Chegar em casa e ter muito o que contar...

sábado, 13 de outubro de 2012

viver serenamente



Viver serenamente, sem nunca se alterar
Uma vida iluminada pela luz do amor,
E ter para todas as ilusões desfeitas
A pequena tristeza duma pequena dor
Ter no olhar, serenamente puro,
O poder e o prestígio de alguma elevação
E sentir na alma a elevação da altura
E umas sagradas ânsias de purificação
E ter para todos os seres e coisas
Uma doce alegria, risonha e generosa,
Perfumada com a funda satisfação de viver
Então, só então, viver serenamente,
Sem nunca se alterar e suavemente
Na mansa doçura de uma tarde partir.

Neruda

sábado, 6 de outubro de 2012

não é inspiração é dor


Não é inspiração, é dor

Quanto mais vida, mais dúvida

A diversidade humana não faz uns melhores outros piores... faz?

Onde está o meu melhor?

Como ser humano sou questionador

Como ser humano quero e necessito de paz

Como ter paz sendo questionador?