Os sensíveis sofrem mais, mas amam mais e sonham mais.



quarta-feira, 30 de abril de 2014

sem título

Queria saber escrever
postar palavras certas
encher a alma com os sons exatos

nem mais fortes nem mais fracos
nem mais altos nem mais baixos
nem mais longos nem mais curtos
a palavra, no timbre ideal...

O dia que eu conseguir fazer isto, estarei morto!

terça-feira, 29 de abril de 2014

A jovem senhora

 
Uma jovem tem que se arrumar
Tem que se embelezar
Tem que mudar
Tem que inovar

Seja pra ele hoje,
Para aquele outro amanhã
Para o desconhecido
Para o que vier

Uma jovem pode criar
com o poder infinito
Que recebe dos céus
Sorrir com facilidade
Chorar de alegria

Uma jovem, quando jovem
sempre recomeça
a cada manhã, sol a sol,
E ao anoitecer
a jovem sonha inimagináveis sonhos

Brilham os olhos da jovem
Como brilham as estrelas
Porque é jovem o mundo está a seus pés...
E os céus em suas mãos...

Mas pra quem já foi jovem um dia,
Se arrumar pra que?
Se embelezar pra quem?
Mudar, por quê?
Inovar? De novo?

Não há mais ele hoje,
Não haverá aquele amanhã
Não há mais tempo para o desconhecido

Eis o poder, agora finito
Cerram-se os céus
Sorrir já não é fácil
Chorar, sim, chorar...

A difícil arte de recomeçar
como jovem, sem ser jovem
um dia após outro, passo-a-passo,
E quando anoitece
o cansaço emudece o sonho...

wk - outono.2014

sábado, 26 de abril de 2014

improviso

improviso


tudo bem, pode se aninhar e dormir eu conto uma historia eu juro que ela é real porque no nosso mundo tudo é verdadeiro
o que falam que nao existe é porque nao enxergam e o amor é coisa dificil de se ver que dirá sentir
mas quem se aninha assim e relaxa com a simples companhia sabe que tudo é real até o silencio que aflora tua respiracao eu posso te ouvir teu sono me dizendo: Continua, continua
Entao eu sigo falando de nosso mundo nosso canto nosso ninho nosso sono...

quarta-feira, 23 de abril de 2014

Sensaçoes

Fui preencher uma planilha e assinar um documento hoje.
Sentei-me em frente à atendente, bela jovem,
que olhava para o seu computador
enquanto eu olhava para aqueles papeis...

Subitamente, meu olhos começaram a arder,
busquei em meu bolso lenços de papel,
Mas foi tão ligeiro quanto e enchente de um rio...
E meus olhos já estavam marejados...

O papel ficou ilegível
como uma imagem por trás de um vidro molhado pela chuva
Meu nariz carregou e constipou como numa gripe forte

Sem entender o que acontecia comigo,
olhei sem graça para a moça e disse:
"Só um instante, meus olhos ardem"
Mas ardia mesmo eram as lembranças

Não conseguia preencher o papel
e a atendente, já fitando supresa meus olhos encharcados,
meio que sem jeito, apontou com o dedo
o campo a ser preenchido...

Completamente envergonhado
tentando controlar a respiração
Me rendi a uma sensação
que não havia experimentado:
Estava emocionado!

Por isso chorava sem soluçar
em silêncio lágrimas caíam
Do outro lado, a atendente,
com os olhos vermelhos,
leve sorriso com os lábios retos
paralisada, me olhava aguardando
uma ação que só eu podia executar...

Eu tentava salvar o papel na mesa
Controlar a respiração
e um leve tremor em minhas mãos.

Finalmente consegui preencher o nome dela
no campo "exclusão".