Os sensíveis sofrem mais, mas amam mais e sonham mais.



segunda-feira, 19 de maio de 2014

distante e perto

Quanto mais distantes ficamos, menos vemos os defeitos no outro...
Quanto mais pertinho estamos,
mais sentimos o calor do peito
em que reside um bom coração

As demais coisas passam
ficam porém, o coração
e o olhar sincero...

Onde as palavras não encontram forças
A respiração para
E tudo é dito pelo silêncio.

DC

como a lua


Certamente deve haver estrelas mais belas que a lua.
Mas como a lua...
Certamente deve haver mares cujas profundezas
são completamente desconhecidas
Mas como a beleza do teu coração...


quinta-feira, 15 de maio de 2014

Cartazes letras e estrelas

Caminhar, só, acompanhado ou em multidão...
Escrevemos nossa vida em cartazes
E os levantamos para que os outros à volta vejam

Cada um levanta também o seu,
Para que voce também veja
E leia, voce só é mais um nessa multidão
Que luta pela vida
mesmo sem saber o que isso
exatamente significa, apenas luta

Defende suas palavras, seu cartaz
Assim como cada um o faz
Letras são como estrelas
que brilham e apontam para qualquer lugar
como feixes desordenados no céu,
mar de estrelas
Mas quando surgem dois cartazes
erguidos na multidão,
com as mesmas palavras
lidas pelas mesmas pessoas...


Já não há tempo, distância ou diferença...
Os feixes de luzes se alinham
quando uma expressão surge do nada: "Eii!!"
Tudo faz sentido.
Os cartazes se transportaram um para junto do outro.
Já podem ser baixados.
Os céus nos encontraram um ao outro...


domingo, 4 de maio de 2014

a fotografia e o doce de leite

Quando fui registrar uma imagem, valeu uma passagem assim descrita:

Previamente combinado com o amigo Nuno,
cuja janela no trabalho proporcionava essa visão noturna
do alto do 10o andar, de um edifício tradicional no centro da cidade
cheguei um pouco antes, e, para não me antecipar,
nem causar algum imprevisto ao amigo,
entrei em frente à portaria, numa lanchonete,
que tinha pendurado na parede de azulejos brancos,
a palavra "bem-vindo", desse jeito mesmo.
O nome não me lembro, mas com certeza havia,
na rua, na calçada e na lanchonete,
muito lixo espalhado, típico de fim de expediente
em um centro super movimentado.

Ao entrar, tinha que escolher uma mesa apertada para sentar
Vi, entre elas, uma, em cujo metro quadrado de chão
sobre o qual ela estava,
havia um certo brilho,
como se alguém passara um pano molhado
com algum produto diferente de água
para sua limpeza.

Ótimo, me apertei ali empurrando a mesa
e afastando um pouco a cadeira
até encostar numa geladeira grande toda iluminada.

Pedi um misto e um café com leite,
enquanto tirava minha mochila das costas,
e, como de hábito, para não deixar tocar o chão, embora limpo,
aproximei meu pé ao pé da mesa e apoiei minha mochila,
metade sobre meu pé, metade sobre o pé da mesa...

Seguro, tomei meu lanche, consultei o relógio,
paguei e orgulhoso de minha pontualidade,
subi para o encontro com o amigo em seu trabalho.

Em sua sala, entrando, tirei a mochila, o agasalho
e os recoloquei sobre uma poltrona,
com os olhos fitados na visão da janela...

Após observar alguns minutos,
me voltei para a mochila para pegar os equipamentos
e, qual não foi minha surpresa,
havia por sobre toda a poltrona,
um melado que concluí ser "doce de leite".

"De onde vinha aquilo meu Deus?"
Levantei a mochila e ela estava toda melecada...
A jaqueta novinha e importada,
também!!!

Concluí que alguém atirara do alto de um dos edifícios
enquanto atravessava a rua, embora não lembrasse
de nenhum impacto durante o trajeto.
Com muitos papeis-toalha tentei minimizar o estrago
espeicalmente a poltrona do escritório... que vergonha!

Dormi pensando naquele episódio,
como não percebera aquilo cair em minhas costas e na mochila???
Dois dias se passaram, e, estava eu sentado em outra lanchonete,
tomando meu café e observando uma mãe dando uma sobremesa para seu filho
quando ele deixa cair no chão...

Lembrei-me do metro quadrado bilhante e limpo onde estava uma mesa
na qual sentei e imaginei o que pode ter acontecido:

Estava o chão limpo e molhado por um pano com algum produto,
porque alguém derrubara doce de leite naquela mesa e no chão...
Mas quem limpou a superfície da mesa e o chão não reparou
que o pé da mesa também havia sido afetado com a iguaria...
Querendo evitar o contato com o chão coloquei minha mochila
sobre meu pé o pé da mesa, única parte que não fora limpo.
Ao sair coloquei minha mochila nas costas,
e o resto da história voce já conhece...

wk